26 de mai. de 2008

primêro, a do santo.

eu preciso esqentah meu gogó,
pois, na luta, nun posso tah só:
vô chamah nêgo di todo canto;
qua palavra, vô les convenceh:
"pero bem, vale a pena morreh!".
maz, primêro, a do santo!

enfrentah belicoso aparato,
cometeh, talvez, assassinato...
tem algo necessário, pra tanto:
ua boa dose di corage -
talvez seja a útima viage!
maz, primêro, a do santo!



na véspera da luta final,
improviso, entãuce, um carnaval:
útima dança e útimo canto.
vivi bem; matei bem; morri bem.
no marafo, antecipo o além.
maz, primêro, a do santo!

Um comentário:

Groucho KCarão disse...

poeminha qi já musiqei. a estrutura é di cinco verso di nove sílaba (poética, claro) e um di seis. quanto à linguage, acho qi nun tem nada di incompriensive. quanto ao tema, um pitaco meu: li, num saite qualqeh, qi a orige do "gole do santo" só pode seh o "libatio" dos grego e dos romano. eu creio em otra orige, sem forçação di barra, e posso argumentah: a orige seria o Padê di Exu. z'evidência: 1) Exu é o primêro orixá a seh saudado, pra qi os rito côrru bem. 2) se costuma dah o "gole do santo" mais com cachaça, bebida comumente ofertada a esse orixá. 3) pero qi sei do "libatio", nele primêro se toma um pôco da agua, antes di se derramah o resto. 4) os romano não chamávu seus deuse di "santo"! maz fica a qestão no ah...