29 de mai. de 2008

fulô di Pindorama


a burrinha e arrumada
útima fulô do Lácio
foi seno, aos pôco, "despacio",
afroamericanizada.

foi ganhano "buenos aires"
di espanhol americano,
na fala, qi, se arrastano,
le destrói e o Novo pare!

novo grelo di fulô,
pronto pa desabrochah
e suas raiz fincah,
em chão preto e chão tangô.

não é birra, não é sarro,
maz da mente nun mim foge
o cruel Domingos Jorge
e tumém Moraes navarro.






devo, entãuce, renaceh,
com novo Nhehengatu,
qebrah qua boca os tabu,
pra pindoramense seh!

27 de mai. de 2008

recei di dah o bêjo

a tristeza minha di cada dia,
maldita cruz qi carrego comigo,
é mim sentih qual seno o inimigo,
dizeno "jamais, le traih eu ia".



será qi sô tão djacho quanto Juda?
terá seu distino sido o inferno?
será tal castigo, di fato, eterno?
ao Fi, di qualqeh forma, peço ajuda.

nun vejo mal no bem dos meu, qi sófri.
descupa seh tão curta minha mente,
pois qero repartih na marra o cofre!

foi mal, si distorci tua Paxão,
si cutivei eu mal tua semente -
do teu Amoh, colhi Revolução!

deturnação bíblica


"o rei disse pros empregado: 'a festa di casamento tá pronta, maz os convidado não merecêru ela. entãuce, vão inté as encruziada dos camim e convídi prà festa todo mundo qi ocêis encontrári'. entãuce, os empregado saíru peros camim e reuníru todo mundo qi encontráru, os mau e os bom. e a sala da festa ficô chêa di convidado."

mt 22

26 de mai. de 2008

primêro, a do santo.

eu preciso esqentah meu gogó,
pois, na luta, nun posso tah só:
vô chamah nêgo di todo canto;
qua palavra, vô les convenceh:
"pero bem, vale a pena morreh!".
maz, primêro, a do santo!

enfrentah belicoso aparato,
cometeh, talvez, assassinato...
tem algo necessário, pra tanto:
ua boa dose di corage -
talvez seja a útima viage!
maz, primêro, a do santo!



na véspera da luta final,
improviso, entãuce, um carnaval:
útima dança e útimo canto.
vivi bem; matei bem; morri bem.
no marafo, antecipo o além.
maz, primêro, a do santo!

MUZGA SEM RÍTIMO

a muzga sem rítimo é a muzga daqeles qi só subéru evoluih da Idade do Coração di Peda prà Idade do Coração di Metal. mecanicamente e sem munvimento brusco, seu coração bombêa o ólho di qi precísu; seu coração, enfim, não é um músculo, pois sua vida não pode dependeh do qi é tão própio do bárbaro. a marcação di suas muzga ritimada é o simples do simples, pra nun atrapaiah o discorreh da arbitrariedade di seus instrumento melódico, cuma o coração devia, na utopia deles, se subimeteh ao rítimo di seu estilo di vida arbitrário. a muzga qi não enleva a pessoa por mei da percussão viva é a muzga do artista insensive, tão caro ao presente mundo inumano - inumano, porqe não natural.

21 de mai. de 2008

pro meu gato banzo

um corte fez dodói
o meu gatim murisco.
meus ói, di pranto, um trisco
quaz sóltu, pois corrói-
me a alma o meu elói
eu veh sofreno tanto,
deitado, ali, no canto.

espia macabeu*,
brincano com pirundo*,
e vê qi segue o mundo,
pois nada aconteceu -
tirano qi morreu
a puta da aligria
qi o meu elói trazia...

20 de mai. de 2008

malando nagô - parte 2

malando qi nun roba di qem nun tem.
malando qi sai na rua
na noite escura.
nun confunde cofre di banco
com bolso di trabaiadoh.
vai lascah o sistema infernal -
é oxê; é di Xangô!


qi a justiça dos ome pode agradah
os grego e os troiano,
maz a mim, ô, meu sinhô,
qi nun sô grego nem troiano,
não me agrada, pois sô
nagô!
não me agrada, pois sô
nagô!
não me agrada, pois sô
nagô!
não me agrada, pois sô
malando qi nun roba di qem nun tem...

na Qimbanda, trabaiah!

Larôieh!

viva Viramundo, qi virá - virô na encruziada, já!
Viramundo qi né desse mundo, maz qi vira o mundo todo pr'ajudah.
e eu le abraço com toda a fé, qi ele tem axé pra mode mim curah.
seu Viramundo não é vagabundo, e, no ilê qimbundo, vai trabaiah!

saravá! saravá!
Exu é Viramundo! saravá!
saravá! saravá!
Exu é Viramundo! saravá!

Larôieh Exu!

viva Tranca-Rua, qi a engira é sua, na levanta!
com seu chapéu e sua capa preta, ele nun é capeta e nem espanta.
é grande ome di munvimento - reza o firmamento, em lingua banta.
gira na engira, espaiano axé, e, com muita fé, a gente canta!



saravá! saravá!
Exu é Tranca-Rua! saravá!
saravá! saravá!
Exu é Tranca-Rua! saravá!

Larôieh Exu!

viva a Pombogira, qi vei prà engira pa brincah di amoh!
brincô com nêgo, branco e cabôco - todo mundo lôco essa muieh dexô.
porqe o sentimento, ela sabe, nun tem sexo, idade e muito menos coh.
e inté qem nun gosta di muieh recebeu seu axé e, encantado, cantô!



saravá! saravá!
Exu é Pombogira! saravá!
saravá! saravá!
Exu é Pombogira! saravá!

Larôieh Exu!

Larôieh! mojubá!
Exu, vem na Qimbanda, trabaiah!
Larôieh! mojubá!
Exu, vem na Qimbanda, trabaiah!



Larôieh Exu!

15 de mai. de 2008

malando nagô - parte 1

malando qi nun roba di qem nun tem.
malando qi, noite e dia,
faz justiça,
faz transferência di renda
e tem a proteção di Xangô.
qi a justiça dos ome faia,
maz nunca a di Xangô!
qi a justiça dos ome pode agradah
os grego e os troiano,
maz a mim, ô, meu sinhô,
qi nun sô grego e nem troiano,
não me agrada, pois sô
nagô!
não me agrada, pois sô
nagô!
não me agrada, pois sô
nagô!
não me agrada, pois sô
malando qi nun roba di qem nun tem...

3 de mai. de 2008

menina di axé - parte 1

a menina qi eu gosto dela
não é preta qi nem anum,
nem vermêa feito urucum,
nem branqela feito ua vela.

a menina qi eu gosto dela,
ela é preta, vermêa e branca.
maz vermei é a coh qi arranca
do meu peito tal aquarela.